domingo, 30 de novembro de 2014

A experiência musical no Som da Serra




A música é uma arte que expressa o lirismo subjetivo dos músicos e desperta uma explosão de sentimentos nos ouvidos apaixonados. Cada nota é sentida de forma subjetiva, mostrando toda a complexidade do processo de produção musical e a dificuldade de emitir sons harmônicos a partir de instrumentos. Por isso, o ensino da música, além de ser um desafio, é uma vocação. O professor de trombone, bombardino, contrabaixo e trompete do Projeto Som da Serra, Juarez dos Santos, abre seu coração e revela a experiência de quem dedicou a maior parte de sua vida a alimentar o coração de jovens sonhadores que almejam no futuro fazer parte da nova geração de músicos brasileiros.

“Estou ensinando música desde o início do Projeto. A experiência no Som da Serra me mostrou que não é fácil fazer com que uma criança ou um jovem aprenda a tocar um instrumento. Alguns dizem que é possível aprender música em um mês ou dois, mas quem trabalha nessa área sabe que isso não é verdade. São muitas informações necessárias para o aprendizado e, por isso, não é possível absorver esse conhecimento todo em um espaço de tempo tão curto. Além disso, o aluno precisa de muita assiduidade, pois a música é um trabalho constante. Deve-se prestar atenção em todos os detalhes, tanto teóricos como práticos, pois com certeza o que é ensinado aqui, será de muita ajuda no futuro, caso o aluno deseje seguir essa carreira”, afirma Juarez.

Segundo o profissional, é importante que o professor se mantenha atualizado quanto aos conteúdos musicais. “Antigamente tínhamos as famosas ‘provinhas do caderno’. Vejo que hoje o mais importante é o aluno saber o que ele tem que fazer referente à leitura musical; como se escreve uma partitura, conhecimento de nota, conhecimento de valores e o trabalho de divisor de compassos são parte da rotina do músico”, explica. “O trabalho de divisor de compasso, por exemplo, é importantíssimo. O movimento parece simples, mas demora muito a aprender. Anos atrás tínhamos breve, longa, máxima, tremifusa e quartifusa. Hoje, elas são figuras mortas, extraídas da música. Agora, trabalha-se com o compasso básico quaternário, composto por semibreve (a figura de maior valor), breve, mínima, semínima, colcheia, semicolcheia, fusa e semifusa. A música é dinâmica e devemos acompanhar esse dinamismo”, completa.

Para o professor, uma das maiores dificuldades está em aprender os valores estabelecidos na divisão do compasso. Como cada figura musical tem uma duração específica, ele afirma que fica difícil acompanhar e memorizar tudo de forma rápida porque os alunos ainda estão se acostumando com o uso dos músculos faciais e dos lábios contra o bocal do instrumento de sopro. “O jovem deve ter noção do tempo de duração da nota, saber que uma semibreve vale quatro tempos; a mínima, dois tempos; a semínima vale, um tempo; a colcheia, metade de um tempo; e a semicolcheia, um quarto de tempo”, conta o professor relembrando a evolução musical de seus alunos.

O Som da Serra é um Projeto da Escola de Música do Grêmio Recreativo Musical Guapiense, patrocinado integralmente pela CRT (Concessionária Rio Teresópolis Além Paraíba), através da Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura – Lei Rouanet e sob a gestão da Criativa Social.

Criativa Desenvolvimento e Gestão Social   
Novembro - 2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário